terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um toque vermelho. VI


Continuando...
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Ella permaneceu alí por alguns minutos longos, ainda. As lágrimas pareciam nunca terem um fim. Mas a cada tempo em que o sol decia ao encontro do mar. Ia se esquecendo de algumas tristezas... Olhava o sol se pôr. E assim, que ele começou a se banhar no mar. Ella prometeu a sí mesma, ter mais amor próprio. Seguir o caminho, embora a dor fosse extremamente forte. Até pq, precisava recomeçar a vida, seu futuro planejado à dois, não mais existiria.
Logo, levantou-se, caminhou um tempo ainda na areia, com as sandálias nas mãos, sentiu a espuma alva do oceano tocar-lhe não só os pés, como também a alma. O que lhe invadiu no momento foi um misto de saudade e leveza. Agora ela só teria a sí mesma para agradar, mas também não teria nenhuma outra pessoa para amar.
Seguiu em direção ao seu carro, carrinho que tanto adorava. Entrou, socou com força o volante. Olhou-se no retrovisor.Ligou o rádio, deu a partida e foi.
Agora Ella segue seu caminho, sozinha, não sabe se quer um novo amor logo, nesse momento. Precisa ajeitar as coisas. Arrumar um emprego melhor, quem sabe?! É nova ainda. Gosta tando de conhecer lugares, porquê não rodar o mundo. Como se não tivesse fronteiras, seguir trilhas desconhecidas. Povos isolados. Mundos remotos.
Mas em seu coração, ainda doí-a-lhe as lembranças de tão belo amor. O pensamento em tão vida divida era constante. Seguindo para casa, deparou- se novamente com o vazio. Como era triste ver aquele lugar assim, ecoando até mesmo a respiração tão pouca que Ella tinha nos pulmões.
Da janela o vento entrava e cantarolava uma música, um tanto melancólia no ar. Ella então, deixou derramar duas lágrimas. Haviam marcas, lembranças, saudades por todos os cantos. Sentou-se ao chão da sala, olhou em volta e decidira : Tenho que me mudar, por questão de felicidade. Meu amor se foi, decidido, parece não mais voltar. Deixou claro, tem outra. Não vou correr atrás de quem não me querer. Ser feliz, será daquí pra frente, minha principal prioridade.

Ella demorou demais para perceber, antes de se entregar verdadeiramente a um certo alguém, é necessário de um pouco de egoismo e muito amor próprio. Só será capaz de entender sua metade, se você de fato se entender.
Vida à dois é complicado demais. Mas Ella estava agora, decidade a aprender com o mundo. Queria um choque de realidade, de vida, de humanidade, queria sofrer por algo menos banal que o amor. Se é que o amor de fato é banal.

Banho!! Não pensava em outra coisa se não, um belo banho, quente e demorado, muito demorado. Levantou-se, pôs o celular sobre a mesa da sala. Encaminhou-se à casa de banho. Ligou o chuveiro, despiu-se, e, deixou aquela água não lavar somente o corpo, mas também a alma...Por lá ficou cerca de hora e meia.
Depois de vestida, foi retirando as recordações uma a uma, foto por foto. Coisas por coisas. Era duro encarar a situação, Ella se mostrava forte, mas era visível que seu coração estava fragilizadamente despedaçado.Talvez, ela ainda acreditasse que tudo tivesse volta. Perduaria se fosse necessário. Afinal, era o amor de sua vida.

Seus dias foram seguindo assim, tentando superar a dor. Mudou-se, estava trabalhando demais, mal tinha tempo para realizar os sonhos que antes tinha. Ela dedicou-se de fato ao que fazia de melhor, seu emprego, era agora seu casamento. Este dava problemas vez ou outra, mas nunca a fez sentir dor tão grande.
Já se passaram alguns meses, Ella, ainda não esqueceu daquele dia, das pedras, do mar, das lágrimas. Queria sorrir de verdade, mas essa recordação não a deixava.
Foi então que um dia, algo basicamente inacreditável aconteceu.


Continua...
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Eu acho... he he