terça-feira, 14 de julho de 2009

Um toque vermelho.


Ela estava sentada no sofá, a TV ligada passa um filme, que a ela não interessava.
Aflita batia o pé esquerdo no chão, balaçando toda a perna compulssivamente. O vento gelado de inverno soprava pela janela, que tinha um fresta entre aberta. A cortina balançava com o vento, que cantava baixinho, toda vez que a janela atravessava.
As mão, de unhas vermelhas eram levadas a boca a todo momentos, a cor avermelhada que o esmalte tinha dado, ia saindo a cada raspada de dentes nervosos.Levantou, deu dois passos em direção a porta, mas logo voltou ao sofá.Pegou o controle remoto que ao seu lado estava, começou a mudar de canal,ia mudando, mudando, mas parecia não encontrar nada de bom para ver.
Mas o que ela queria encontrar, o que ela queria assistir na televisão que era tão difícil assim de achar um canal?! Simplismente, não queria ver nada, estava apenas tentado se acalmar, ficar menos tensa.Isso devia ajudar,logo se cansou de apertar o mesmo botão sequencialmente, reencostou-se no sofá e soltou um suspiro, cansado e fatigado.
Olhou para o telefone, que estava na mesa ao lado.Sabe, era um aparelho daquelas antigos, em que se gira para ligar, assim como suas unhas,também era vermelho,porém mais opaco, quase um tom de vinho. Era a única coisa qual consegui prestar atenção por um tempo maior. Olhava fixamente aquele aparelho, como se a espera dele falar, andar, cantar, ou algo do tipo.
Não ela só estava esperando ele tocar, ela não esperaria um segundo toque.De pronto atenderia e escutria do outro lado da linha, a voz que tanto quer ouvir,a respiração de quem tanto a mata de saudades.Por um tempo chegou a pegá-lo, mas rapidamente pos no gancho,pensou que se a pessoa ligasse daria ocupado.
O relógio que ficava na mesa do lado direito do sofá,já marcava 17:00horas, ela estava alí desde um pouco depois do almoço, por volta das 13:30h. O dia ia passando, e juntamente dele, a esperança dela, aquele telefone ia tocar, ou ao menos, devia tocar, já era para ter tocado. Pq demorava tanto, era apenas um telefonema.
Levantou-se, foi até a cozinha, pegou a garrafa d'água que estava na geladeira,pôs no copo, encheu somente a metade, acrescentou água natural,até completar o copo. Tomou, quase que num único gole, mas mal respirou enquanto elgolia aquela água, com sabor de angustia e espera, forte angustia.Voltou a sala, antes olhou o porta-retrato que estava na estante. Sorriu ao ver a foto.Tanta felicidade estampada em apenas dois rostos.
Ela precisava ouvir aquela voz novamente, eram tantas coisas ainda para serem ditas,desculpas a serem dadas e outras a serem perdoadas, sentimentos calados que vivem dentro dela. Silêncios que necessitavam criar vozes e sairem garganta à fora.
Mas só seria possível acontecer, se aquele aparelho avermelhado, decidisse emitir som.


ps.: talvez tenha continuidade. Mas não sei ao certo

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